24.9.04

Aproximação

Para começo, deixo um poema de Sebastião Alba. Funciona, julgo, como uma primeira aproximação à minha urgência. Traz, pelo menos, uma das palavras que tenho mais urgência em pronunciar (e que o Luís trouxe para a mesa): casas. Casa.

“As casas constroem-se de sombra
quatro sombras ao alto
longe da esfinge dos astros

Falamos das cidades
dos homens que de tão sós
as despovoam
Das casas nunca
Só as casas solitárias têm história

Giram na noite presas
à face da terra

E vede
a plasticidade das casas
ao sol
a amabilidade das casas
à porta
a incomunicabilidade das casas
sob os bombardeios”. NCS