8.10.04

Sermos apenas nós

Entre cada uma das sete peças curtas que compõem o espectáculo, haverá falsos intervalos. São momentos que servem para separar claramente cada uma das peças. Ontem à noite começámos a trabalhar nesses intervalos. Achamos também que devem ser uma espécie de pano de fundo do projecto, uma revelação de bastidores. Pensámos que, entre cada peça, podíamos mostrar-nos um pouco mais para além da ficção. Revelar o que, de certa forma, nos reuniu a todos: as nossas urgências. O facto de qualquer ser humano ter coisas «urgentes» para dizer, ouvir ou fazer. As coisas que importam para nós, sejam questões metafísicas ou problemas mais corriqueiros. De ontem à noite para hoje, o trabalho de casa era cada actor encontrar pequenas «urgências» pessoais que queira dizer ou fazer em palco. Entre essas urgências também estarão excertos dos textos que vamos recebendo aqui no blogue e que o público irá deixar no teatro, após o espectáculo. Hoje, o objectivo fundamental do ensaio será percebermos como é que podemos, mesmo que durante uns minutos, sermos nós próprios em palco. Não nós dentro da ficção ou nós sobre a ficção. Apenas nós. Vai ser um ensaio difícil.TR