Breve explicação sobre o processo de trabalho
Jardim das Amoreiras. Fins de tarde de primavera. Eu e o Dinarte Branco conversámos durante algum tempo sobre aquilo que era urgente dizermos na peça. Sentados à volta de uma mesinha e com gente desconhecida a passar por nós (um ou outro amigo também), lançámos cá para fora imensa coisa – a falta de tempo para fazermos aquilo de que gostamos, a vontade de sair, os horários trocados, as imposições, as escolhas, o direito à preguiça, Albert Cossery (de quem o Dinarte me falou cheio de entusiasmo para depois trazer dois belos livros). Tentei uma primeira versão da peça – que resultou numa espécie de sketch nonsense sobre uma reunião de condóminos. Abandonei essa versão porque achei que não era bem uma urgência mas sim um exercício. Ficou guardado para mais tarde. O mês seguinte foi um pouco angustiante. Pensei inclusivamente em abandonar o projecto por não ter nada de relevante para apresentar. Até que, provavelmente embalado pela poesia de que me rodeava, comecei a escrever um texto a que dei o nome “Problemas de Agenda”. Julgo que sintetiza e recria algumas das coisas de que falámos durante esses ociosos fins de tarde no Jardim das Amoreiras. Foi assim. E prontos. NCS
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