Quando me convidaram para as “Urgências” não me avisaram que ia ter de escrever esta coluna
Há sempre a hipótese de alguém ler estas linhas e irritar-se, a ponto de decidir que nunca irá assistir à nossa peça. Acontece-me com alguma frequência, leio ou ouço um comentário que me irrita, sobre um assunto qualquer, e depois a irritação cresce e estende-se ao próprio assunto. Os comentários do professor Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, por exemplo, irritavam-me tanto que um dia, sem ter razões para isso, até comecei a irritar-me com este Governo. Mas agora o doutor Paes do Amaral já tratou de afastar aquele sabe--tudo irritante, e voltei a estar em paz.
A ideia deste espaço é cada um dos autores das “Urgências” discorrer sobre a peça, os actores com quem trabalha, o método de trabalho. Promoção, portanto. O problema é que há promoções que irritam. Estou a lembrar-me daquela da Caixa Geral de Depósitos. «Porque é que gostas das Urgências? Porque não estão na moda. Ainda». Seria muito irritante.
Para estas “Urgências” escrevi o texto “Azul a cores” e convidei a Cláudia Jardim e o Tiago Rodrigues para interpretá--lo. É um texto sobre as coisas que ficam por dizer quando a relação entre duas pessoas chega ao fim. Não é a minha urgência, não tem nada de autobiográfico, é pura ficção-, preferi escrever sobre o que não sei.
E isto é tudo o que vou dizer sobre a peça. O que realmente interessa é o que se vai passar em cima do palco a partir de dia 15, os bastidores ficam para um “Making of” a ser exibido em breve por uma das estações televisivas que nos apoia (está dado o recado). Talvez com imagens se consiga passar parte do ambiente que se vive nos ensaios, o que nunca seria possível com palavras, porque os ensaios acontecem quando já se está para além delas. E com esta frase acabei de quebrar a promessa que tinha feito a mim próprio de não cair em clichés, e irritei-me. Olhando outra vez para este texto, a verdade é que começo a ver outras frases que me irritam, por isso é melhor parar por aqui, antes que eu próprio desista de ir ver as “Urgências”. O que, depois de tanto trabalho, seria irritante.
Filipe Homem Fonseca
A ideia deste espaço é cada um dos autores das “Urgências” discorrer sobre a peça, os actores com quem trabalha, o método de trabalho. Promoção, portanto. O problema é que há promoções que irritam. Estou a lembrar-me daquela da Caixa Geral de Depósitos. «Porque é que gostas das Urgências? Porque não estão na moda. Ainda». Seria muito irritante.
Para estas “Urgências” escrevi o texto “Azul a cores” e convidei a Cláudia Jardim e o Tiago Rodrigues para interpretá--lo. É um texto sobre as coisas que ficam por dizer quando a relação entre duas pessoas chega ao fim. Não é a minha urgência, não tem nada de autobiográfico, é pura ficção-, preferi escrever sobre o que não sei.
E isto é tudo o que vou dizer sobre a peça. O que realmente interessa é o que se vai passar em cima do palco a partir de dia 15, os bastidores ficam para um “Making of” a ser exibido em breve por uma das estações televisivas que nos apoia (está dado o recado). Talvez com imagens se consiga passar parte do ambiente que se vive nos ensaios, o que nunca seria possível com palavras, porque os ensaios acontecem quando já se está para além delas. E com esta frase acabei de quebrar a promessa que tinha feito a mim próprio de não cair em clichés, e irritei-me. Olhando outra vez para este texto, a verdade é que começo a ver outras frases que me irritam, por isso é melhor parar por aqui, antes que eu próprio desista de ir ver as “Urgências”. O que, depois de tanto trabalho, seria irritante.
Filipe Homem Fonseca
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home